24 junho 2008

Mais Festas

FESTEJOS DE SÃO PEDRO

A Junta de Freguesia de S.Pedro de Penaferrim - Sintra está em festa desde o dia 20 até ao dia 29 de Junho.

Entre os vários eventos quero destacar o espectáculo dos Quadrilha, de Sebastião Antunes ,no dia 27 pelas 22H00 no recinto da Feira de S.Pedro.

Os Quadrilha dispensam qualquer comentário.


A não perder esta oportunidade de ver e ouvir o melhor da música folk que se faz em Portugal!

Festas da Vila



O Grupo Erva de Cheiro, pela voz do Vitor Sarmento (e com a mãozinha do Rogério Charraz), convidou-me para apresentar o seu espectáculo "Que viva o Zeca" que fará parte do Programa das Festas da Vila de Póvoa de Stº Adrião.

É no Sábado, dia 28 pelas 22H30 no Parque Desportivo da Póvoa de Stº Adrião. A entrada é livre e os motivos para lá ir são muitos e variados como poderão consultar no site da Junta de Freguesia.



Estão todos convidados!

19 junho 2008

120 anos - Fernando Pessoa

Lisbon Revisited

Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafisica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!)
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?


Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço.
Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul o mesmo da minha infância ,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada,
Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo …
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!


(Álvaro de Campos)

11 junho 2008

Promoção do dia

(c) Sergei cartoons

Ceia Fadista no Qlub71

Sabado dia 14 Os Fados Voltam ao Qlub de Queluz pela Mão de Vital d'Assunção e os seus Convidados

Sob a influência decisiva do seu avô, Mestre Martinho d'Assunção (um dos mais conceituados guitarristas de que há memória em Portugal), Vital d'Assunção cedo começou a descobrir os sons da guitarra clássica. Aos 16 anos faz a primeira aparição pública, na RTP, fazendo companhia ao avô e à grande figura do Fado que foi António dos Santos. A experiência abriu caminho ao início da sua carreira musical que o fará passar pelas mais reputadas casas de fado lisboetas, como O Faia, Café Luso e Lisboa à Noite. Além de ter tocado em discos como O Homem na Cidade, de Carlos do Carmo, e Simone, Mulher, Guitarra, de Simone de Oliveira, Vital d'Assunção participou em diversos projectos musicais, dos quais destacaríamos o Trio de Guitarras de Martinho d'Assunção e os grupos Opus Fado e Sons de Lisboa. O som da viola de Vital d'Assunção já encantou tanto o público português como várias audiências em reputadas salas de espectáculo de países como a Suécia, França, Rússia, Espanha, Alemanha e Finlândia.

Reserva a tua mesa.

06 junho 2008

Shine on you, crazy diamond

Chegou um dia ao nosso universo, envolta em mistério.
Um manto de luz diáfano protegia-a da sua aparente timidez.
Ao lado, Dona Sol velava os seus primeiros passos, numa cumplicidade que se adivinhava de sempre. Pela mão, às vezes, aparecia com o seu pequeno satélite. Tal mãe, tal filho, no brilho inteligente do olhar, na contemplação pertinente do recente novo mundo.
E a todos deslumbrou. Pela ousadia. Pela coragem. Pela diferença.

Hoje, todos nós nos apercebemos de que é uma Lua magoada. Mas que teima em brilhar, no seu espaço. No nosso espaço.
A mim, ensinou-me que para ver a sua luz já não é preciso um céu limpo, ou ter que levantar os olhos para o firmamento. Basta fecha-los e procurá-la dentro do meu peito.

Parabéns Lua, que continues a brilhar, cada vez mais!

05 junho 2008

A Helga passou-se!








É do conhecimento geral, a minha incapacidade de, perante uma encruzilhada, optar correctamente pelo caminho certo. Assumo o desnorteio com uma indisfarçada inveja daqueles amigos que, dotados de GPS ou de natural habilidade de pombo-correio tomam a dianteira trilhando, sem hesitar, o verdadeiro rumo.
Um desses amigos – talvez o único, embora não seja consensual, não achas, Charraz? – tem-nos valido algumas vezes em situações periclitantes de “onde é que esta porra vai dar?” quando nos deslocamos em viagem a locais que não conhecemos.
Talvez por ter um sistema GPS no seu automóvel, uma vozinha meiga de menina a quem ele baptizou de Helga. Talvez por ter uma grande experiência de estrada, o Za lá vai à frente da caravana, guiando-nos, como cão-de-cego, em direcção à luz.
Ora acontece, que ontem, fomos todos na tal caravana, atrás do Za rumo ao Restaurante A Baía, no Seixal onde tocava, pela primeira vez o Rogério Charraz.
Àquela hora era recomendável utilizarmos a ponte Vasco da Gama em detrimento da 25 de Abril por causa do trânsito caótico gerado por quem regressava a casa depois de um dia de trabalho.
Passámos a ponte. Tudo bem. Mas quando eu começo a ver nomes de localidades como: Moita, Alhos Vedros e Sarilhos Grandes, pensei: - Pronto estamos metidos em sarilhos!
Ele eram inversões de marcha, ele eram becos sem saída, caminhos de cabra, rotundas conhecidas… Enfim. A Helga passou-se! Como uma barata tonta, virava-mos à direita, à esquerda, e a viagem que demoraria, normalmente meia hora, demorou uma hora e meia. E foi grande o gozo do Charraz, da Isabel e do João quando finalmente chegámos ao Seixal. Adiante…

A Baía é um espaço despretensioso. Situado no traçado antigo da vila, uma casa de duas águas, rente ao chão, muito perto da baía, donde lhe vem a graça. Não se vêm dourados ou cromados. Mantém o forro do tecto em madeira antiga, pintado de cores suaves e quentes. Nas paredes, fotografias do local, antigas, motivos marítimos e a meia-altura um sucessivo traço ondulante a dividir o azul do branco a fazer lembrar as ondas do mar. A porta e os portados das janelas ainda, felizmente, em madeira, assim como os móveis de apoio, a respeitar o conjunto.
A ementa é variada, e daquilo que provámos, todos viemos satisfeitos. Eu falo do meu bacalhau assado em cama de grelos com batata a murro, que estava óptimo. Do polvo á Lagareiro, do caril de frango também. O vinho da casa (Alentejano) soube-me a pouco, porque tinha que me fazer à estrada. As sobremesas satisfazem os paladares mais exigentes.
A simpatia do Vitor Sarmento e da sua esposa Lurdes, para quem os conhece, é já um dado adquirido.
Um belo local para se fazer uma refeição. Calmo nos dias em que o Rogério Charraz e o seu grupo de desordeiros amigos lá não estiverem. Com música ao vivo de 4ª a Sábado.
Encerra Domingos à noite e às 2ª feiras.
Restaurante A Baía. Um nome a reter para quem gosta de ser bem recebido.

E, coisa estranha: O Za foi o primeiro a saír, mas não levou ninguem atras dele...

Dia de Lutar

Quem é que pode estar contente com este governo que temos?
Com o constante atropelo aos direitos e regalias de quem trabalha?
Com a precariedade no trabalho e o crescente desemprego?

Eu não estou contente. E digo não às políticas que contribuem cada vez mais para aumentarem a diferença entre aqueles que têm tudo e os que nada têm.

Faço-o no dia-a-dia, tentando ser esclarecido. Mas também apoio todos os que na rua manifestam o seu desagrado contra estas políticas do governo.

Hoje, Manifestação Nacional contra a alteração do Código do Trabalho.
15 Horas - Marquês de Pombal.

02 junho 2008

Entre marés


















No Sábado estivemos em Alcochete com "Os Boémia" na inauguração da exposição A Geração de quinhentos da pintora Isabel Nunes. Muitas caras conhecidas do mundo das artes plásticas e da música, - o maior, Fausto, esteve lá. De salientar a simpatia da pintora e do seu marido que nos reconheceram, das noites na Taverna.


A exposição retrata alguns dos mais importantes vultos da nossa história, naquela época.

Valeu por todos os aspectos. Revi amigos - o Dionísio Leitão e a Fernanda não faltaram. Fiz uns "bonecos" na bonita paisagem (aqui deixo um deles). Ouvi a melhor música que se faz em português. Soltei os paladares que me ofereciam as dezenas de tascas à beira rio.




Agora preparo-me para outra viagem. Desta vez à não menos bonita cidade do Seixal, mais propriamente ao restaurante "A Baía" do querido amigo Vitor Sarmento, inaugurado este Domingo, e onde, entre outros, irá cantar o Rogério Charraz.


O Vitor Sarmento conheço-o das noites no "Ribeirarte" donde guardo felizes recordações. Conheço a vontade e o trabalho do Vitor na dinamização cultural, o seu empenhamento em valorizar a música portuguesa, os seus projectos nos "Erva de Cheiro" e "Cantadores de Rusga"
Quanto ao Charraz, nunca terei palavras suficientes para lhe demonstrar a minha gratidão, e é na sua inquietação que a todos contagia que vou buscar as forças necessárias para me sentir de bem com a vida.


Quarta-feira, 4 de Junho, lá estaremos para manifestar o nosso apoio e reconhecimento, ao Vitor e ao Rogério Charraz, e aqui deixo um convite para quem quiser vir connosco.


Tragam o peito aberto, porque é de amizade que se constroi o império do coração.

http://www.restaurantebaia.com/