18 dezembro 2007

Convertidos?


Não posso deixar de partilhar convosco:

Será que foi o Fernando Pereira que se tornou Benfiquista, ou o Rogério Charraz que já é sócio do Sporting?

O certo é que parecem estar os dois, muito de acordo e satisfeitos.

Se querem saber mais, venham à "Taverna dos Trovadores" assistir a uma semana de boa música portuguesa!

Pequeninas!


Olhem para elas... O que têm em comum?
Além de fazerem anos no mesmo mês, hoje a Patrícia, na passada Sexta-feira a Fátima, são as duas, lindas de morrer!!!

Parabéns Patrícia! Que todos os teus sonhos se concretizem!

14 dezembro 2007

O Bolo Inglês




O Natal está à porta. E se não o soubesse pelas loucas correrias ao consumismo, saberia pelo facto de, hoje e durante os últimos 8 anos, me aparecer em cima da secretária, um bolo Inglês.
É verdade! O bolo Inglês anuncia-me a chegada do Natal. Dum Natal sem interesses escondidos, anónimo e simples como deveria ser o acto de partilhar.
É um bolo caseiro, sem etiqueta. Feito com carinho, para demonstrar a solidariedade de alguém que há 8 anos atrás esteve do meu lado, numa altura em que na minha vida se redefiniram os apoios e os amigos.
Quem me mima assim, de forma tão verdadeira e simples, é uma colega de trabalho. A mais antiga colega que comigo e com os outros partilha os seus 70 anos de idade e quase 50 de profissão.
Hoje, atravesso também, mais uma fase complicada na minha vida, e não consigo deixar de pensar na semelhança dos 70 anos desta colega e nos 70 anos da minha mãe.

Neste dia, não me diz uma palavra. Limita-se a deixar o seu coração em forma de bolo na minha mesa.
Acabei de receber a mais valiosa das prendas…

19 novembro 2007

Sociedade de Consumo


Mais um texto da Isabel Correia, numa já evidente e assumida parceria aqui no "Perdigão"a quem eu tenho votado, ultimamente, um forçado abandono.
Obrigado Isabel!!!!
SOCIEDADE DE CONSUMO


A evolução da civilização sempre foi no caminho que dava mais jeito aos que detêm o poder. Estamos agora no supra sumo da sociedade consumista, numa sociedade em que se o vizinho do lado tem um plasma ou um LCD de 20 x 20 metros, nós, mesmo que não tenhamos dinheiro para a comprar, ou parede para o pôr vamos por certo adquiri-lo, porque a nossa humilde televisãosita que não está avariada e tem o tamanho certo para o espaço que reservámos para ela, já está ultrapassada, embora saibamos também que daqui a 15 dias o plasma ou o LCD estará também obsoleto.

O meu primeiro automóvel era um Opel Kadett muito velhinho.Quando metíamos as mudanças tínhamos de ter muito cuidado se não ficávamos com a alavanca na mão. Se tivéssemos um furo, coisa que inexplicavelmente acontecia muitas vezes, tínhamos que levantar o carro a pulso porque o macaco furava a chapa. Mas apesar disso ele foi o carro das minha vida. Era uma risota e uma festa cada vez que entravamos nele, era uma aventura cada viagem que fazíamos, e nunca me passou pela ideia que um Porsche topo de gama fosse melhor que ele. Morreu porque já não havia peças para o consertar, mas teve um funeral digno da viatura que foi durante os longos vinte e tal anos que acompanhou a minha vida. Lembro-me quando o meu pai mo mostrou no stand onde o comprou, lembro-me quando ele mo ofereceu tinha eu acabado de tirar a carta, e lembro-me da viagem de núpcias que fiz nele à Serra da Estrela, que subiu com a dificuldade própria de sua provecta idade. Custa-me acreditar que fosse possível hoje em dia alguém ser feliz com um automóvel assim, pois se todos os nossos amigos e conhecidos têm um carro novo, todo xpto, até é uma vergonha nós não termos um melhor que o deles.

Mas o top dos tops do consumismo é na verdade o Natal . Quando somos crianças todos nós adoramos as prendas, lembro-me que para mim a melhor prenda eram sem dúvida os livros, que lia sofregamente e depois relia e voltava a ler. Quantas crianças hoje em dia ficam contentes se receberem do Pai Natal um livro? Nenhuma. Não é possível ficar satisfeito por receber um livro quando a oferta de jogos, consolas, telemóveis e todo este tipo de coisas que as leva a estar sentadas todo o dia frente à televisão ou ao computador é tão vasta. Querem em suma o que aos poderosos dá jeito impingir ao comum mortal. Os adultos esses oferecem ao amigo o que pensam que ele poderá gostar ou pura e simplesmente compram qualquer coisita porque parece mal não oferecer nada, e é mesmo obrigatório fazê-lo. E assim vemos desaparecer da nossa carteira o ordenado, o subsidio e sabe-se lá que mais em ofertas, que as pessoas que as recebem, a maior parte das vezes, põem a um canto da casa ou no fundo da gaveta, por não saberem muito bem o que lhes fazer.

Há já alguns anos que este “espírito natalício” que nos é impingido pela sociedade de consumo me incomoda, mas que posso eu fazer, é sempre difícil remar contra a maré. Para mim o ideal como oferta de Natal seriam palavras, palavras escritas, palavras bem do fundo do nosso coração, palavras que se calhar nunca tivemos oportunidade de dizer ao nosso familiar, ao nosso amigo, ao nosso vizinho, palavras escritas que eles merecem ouvir e que de certeza vão gostar, porque aquece-nos sempre a alma saber como somos importantes para as pessoas de quem gostamos. Para as crianças deveria ser qualquer coisa que as fizesse interagir com os amigos, com a natureza, que as fizesse sair da cadeira e do sofá e descobrir as coisas bonitas que ainda restam neste nosso Mundo, e que não são visíveis num ecrã de televisão, de computador ou numa consola. Depois com o dinheiro que ainda tivéssemos para gastar compraríamos prendas, mas desta vez seriam para oferecer a quem de certeza as iria adorar, a quem realmente precisasse delas, como os sem abrigo ou as crianças que vivem em instituições, talvez assim conseguíssemos dar-lhes um bocadinho de felicidade e ajudá-los a começarem a acreditar que ainda existe Pai Natal.


Isabel Correia

14 novembro 2007

Navegar, navegar




Já está a "bombar" o novo blog do Rogério Charraz Trio!


Vem viajar nesta nave inquieta!




Só perde um espectáculo deles quem é burro!


http://rctrio.pt.vu/



29 outubro 2007

Parvus versus experthus.

Mais um delicioso texto da Isabel Correia a dar brilho a estas penas.
Força Isabel!




Hoje resolvi assumir publicamente: sou parva.

Esta minha afirmação deve ser entendida no contexto de que neste pequeno país, banhado de azul imenso, generosamente acariciado pelo Sol e cujo fundador era curiosamente um esperto.
O ser humano está dividido em apenas dois grupos: os parvos (em via de extinção) e os espertos (que cada minuto que passa arrastam mais membros para as suas fileiras).

Os parvos são os que protegem e acarinham, são os que antes de agirem pensam primeiro nos outros e só depois neles próprios, são os que não atropelam ninguém na ânsia de chegar ao topo, porque tentam ser maiores apenas pelo valor que têm, são os que olham atentamente para o seu semelhante para tentar descobrir quais as suas necessidades, e para o ajudar a ultrapassá-las.

Os espertos são os arrogantes, são os que agem só pensando neles próprios, são os que fazem as coisas mais ignóbeis para subir na vida, são os que olham atentamente para o seu semelhante para tentar descobrir os seus pontos fracos de modo a poderem aniquilá-lo.

Não me tentem convencer de que poderá haver um meio-termo, um subgrupo, tipo parvo o suficiente sem ser esperto assumido, porque não é verdade. Se nós tentarmos agir como parvos quando nos cruzamos com um parvo, e espertos quando esbarramos com um esperto imediatamente nos transformaremos em espertos.

Como é do conhecimento geral, todos nós nascemos parvos, é depois com a aprendizagem que a vida nos dá, que alguns (a maioria) se modificam e se transformam em espertos. Os poucos que conseguem resistir ao forte apelo da esperteza, são os que heroicamente e por motivos que não consigo explicar, desenvolveram anormalmente o seu sentido de solidariedade e de consideração pelo seu semelhante, num estranho mundo onde não interessam os meios para conseguir atingir os fins.

Portanto mais uma vez afirmo, com grande orgulho… sou parva, e acrescento ainda, espero conseguir manter-me parva por muitos anos, coisa que não é fácil nos dias que correm, pois para não nos revoltarmos com o bombardeamento das vergonhosas acções dos espertos, é preciso cada vez mais um auto controlo quase sobre humano.

Isabel Correia

22 outubro 2007

Assim, não há nuvens que resistam!


Claro que todos nós já sentimos na pele, várias vezes na vida se tivermos sorte, e todas as segundas feiras se formos menos afortunados, o chamado “sindroma de segunda-feira”. Ora se pararmos um bocadito para pensar, a própria palavra ” segunda “ feira, desperta no nosso subconsciente uma certa relutância, porque durante toda a nossa vida aprendemos que o que não é de primeira é porque é de segunda. Logo proponho desde já, que o dia a seguir ao domingo, e antes de terça-feira, se passe a chamar “primeira feira”.

Agora que melhorámos o nome deste nosso problema semanal, passemos a melhorar o próprio dia em si.
Comecemos pela manhã, porque é pela manhã que se começa o dia, levantemo-nos então dos nossos leitos a pensar : que dia é hoje? ah, é verdade, hoje é primeira-feira! (mas atenção isto deve ser pensado com um sorriso nos lábios).
Passemos agora à nossa higiene diária, que deverá ser acompanhada por música. Levemos então o “cantante” para a casa de banho, e ponhamos a tocar no dito, uma ária de ópera, não interessa qual, mas é ponto assente que seja uma ária de ópera. Já dentro do banheira (ou da cabine de duche, porque neste caso tanto faz), fechemos os olhos e enquanto nos ensaboamos tentemos abstrair-nos de tudo o resto e sentir apenas os acordes da música... já estamos a melhorar, certo? Agora que o nosso astral já se elevou um bocadito, munamo-nos de uma tesoura e abandonemos o nosso doce lar.
De certeza que nas imediações da nossa humilde casita, haverá um jardim, um muro, qualquer coisa onde exista uma flor, não interessa o tipo de flor, todos nós sabemos que uma flor é uma flor, cortemo-la então, e dirijamo-nos para a nossa viatura. Claro que iremos apanhar muito trânsito até chegarmos ao nosso destino (para todos os outros seres humanos hoje é segunda-feira), mas o que é que isso interessa? Já pensaram que há locais bem piores para estar que o aconchego do nosso veículo? pensem só que em vez de estarem confortavelmente instalados no vosso “carrito” poderiam estar sei lá. num pântano cheio de crocodilos, ou a tomar banho num rio onde alguma fábrica tivesse feito uma descarga poluente, ou ... , há tantos sítios maus por ai.... Congratulemo-nos então com a nossa imensa sorte.

Chegados ao local de trabalho, cumprimentemos os nosso colegas. O cumprimento deverá ser adequado a uma primeira feira, qualquer coisa como “Muito bom dia caros colegas, como estão todos?” Haverão alguns que nem sequer nos respondem, outros dirão “estás muito bem disposto(a) hoje para uma segunda feira “, não liguemos a provocações, porque todos eles mais tarde ou mais cedo, nos irão implorar para partilharmos o segredo da boa disposição que conseguimos ter todas as primeiras/segundas feiras. A flor que cortámos quando saímos de casa, irá agora ter o seu protagonismo, devemos colocá-la em cima da secretária, em sítio bem visível, para que não nos esqueçamos de olhar para ela.

Chegou finalmente a hora de almoço, nada de ir comer ao restaurante do costume, ou no refeitório da Empresa. Primeira feira é dia de piquenique.
Teremos então de nos dirigir ao jardim ou parque mais próximo do nosso local de trabalho (todos nós sabemos que coisa que prolifera no nosso país são espaços verdes, portanto não vai ser difícil encontrar um) e ai tirarmos da marmita o arroz de tomate com jaquinzinhos fritos que trouxemos de casa, e que afortunadamente poderemos partilhar com as formigas e passaritos que encontrarmos nas redondezas. Bem dispostos retomaremos então o trabalho com aquele sorriso de primeira feira que só nós podemos ter.

Hora de regressar ao “doce lar”. Que pena temos de abandonar a florzita em cima da secretária, mas não faz mal, ela amanhã continuará no mesmo sitio e nós poderemos voltar a vê-la.
Chegámos agora à parte mais importante do nosso dia. Se fizerem questão de serem vocês próprios a confeccionar o jantar, estão à vontade, mas eu aconselhava a comer os restos do fim de semana, ou comprar qualquer coisita já feita, um sushi, um menu BigMac, uma pizza, ou aquilo que vos der mais jeito. O importante é inundarmos a casa de velas, velas na mesa, velas nos móveis, velas no chão, muitas velas, e claro que a bebida também tem de ser especial, um bom vinho é fundamental, tinto ou branco, mas adequado ao repasto que vamos deglutir.
Claro que deverá haver música ambiente, mas desta vez aquela música de que tanto gostamos e há tanto tempo não ouvimos. Findo o jantar sentemo-nos no sofá, sem ligar a televisão, e deleitemo-nos a ouvir, ainda com todas as velas acesas, a tal música que nos faz vir à lembrança tantos momentos agradáveis que passámos a ouvi-la. O fim de noite de nossa primeira feira fica à vossa descrição eu pela minha parte já sei o que vou fazer.

Resta-me desejar e em jeito de epílogo, que esta seja a primeira, Primeira-Feira, de muitas ao longo da nossa vida.



PS: Este texto é da autoria da minha amiga Isabel Correia.
Força, Isabelita!!!!!

Programa de Festas

Agora já não têm desculpa para terem faltado àquele espectáculo ou àquele evento cultural por falta de informação!
No novo site do amigo Dionísio Leitão podem encontrar, com a qualidade a que sempre nos habituou, notícias dos grandes palcos e não só.
Música; livros; exposições; teatro; poesia e tudo aquilo que, dos chamados “pequenos circuitos”, nos media não passa, aqui podem ser encontrados, com o bom gosto e elevado critério da escolha que este nosso poeta da imagem possui.

Obrigado Dionísio pelo teu Programa de Festas. Programa onde, certamente, não faltará a amizade.


http://programadefestas.wordpress.com/

16 outubro 2007

Lua, precisa-se num céu limpo. Urgente!!!

Há pessoas cujo lema de vida é : não ser feliz e fazer os impossíveis para que os que estão mais próximos não o sejam também.

Essas põem diques nos rios para que eles não corram mais para o mar, tapam a boca a todas as aves do Mundo para que não possamos ouvir o seu cantar e apagam as cores do arco-iris e transformam-no numa mistura de cinzentos. Quando o Sol começa a brilhar tapam-no com enormes nuvens cinzentas e rezam para que todas as noites seja “Lua Nova”.

Depois há as outras, as que lutam com todas as forças para terem aquela coisinha dentro do coração que as faz ultrapassar todos os obstáculos da vida por mais difíceis que sejam, com um sorriso nos lábios umas vezes, outras, com um esgar de sorriso porque os obstáculos são tão gigantescos que não conseguem mais que isso.

Ora estes dois grupos de seres humanos, constantemente se cruzam nesta selva que é a vida e o que é acontece nesta luta constante ?

Respondam vocês, eu posso adiantar-vos que neste momento não consigo seguer fazer um esgar de sorriso, estou a tentar com grande esforço tirar as mordaças aos passaritos, e tenho constantemente os olhos postos no céu, pode ser que consiga ver alguns feixitos luminosos do nosso amigo Sol, mas as nuvens são tão espessas que está muito dificil conseguir vislumbrá-los.

Se estiverem a ver lá em cima, aquela bola redonda muito branca, que parece o rosto de um ser humano, chamem-me por favor, preciso tanto de a ver !!!!!!!

Isabel Correia


PS: Um beijinho, amiga Isabel.

20 setembro 2007

Yellow Suede Shoes

As folhas levantadas pelo vento forte erguiam-se, iluminadas pelas luzes da ambulância, num bailado trágico, no palco da noite.
Num cruzamento da avenida jazia um corpo, cinzento no mimetismo das sombras. Apenas saltava à vista no vulto o único sapato que ainda calçava. A sua cor, de um amarelo gritante comprometia o anonimato da morte.
Eu, ignorando a chuva que caía, não conseguia tirar os olhos daquela visão. Sentia-me preso como um cão, renitente em abandonar o dono que partira. Uma estranha leveza apoderara-se de mim, parecia que pairava.
Foi então que dei conta que me encontrava com um pé descalço. Faltava um dos sapatos amarelos que comprara na véspera.

19 setembro 2007

Gutemberg Míope

E continuo, insistentemente, a encher de títulos em CAIXA ALTA as páginas deste meu livro.

Escrita de cego que há muito perdeu o tacto

18 setembro 2007

O Beijo

Do seu queixo corria um fio brilhante, amargo, de sicuta, que uma sombra distraída revelou.
Depois, como um desejo satisfeito ou uma margem alcançada, abandonou-se numa ausência de lábios e abraçou a noite perene.

17 setembro 2007

...

Há momentos na vida em que, aquilo que nos parece mais apropriado fazer é baixar a vela do barco. Deixa-lo à deriva neste mar que nos esgota as forças do corpo e da alma.
Desistir desta teimosia de lutar contra a corrente que, inexoravelmente, nos levará para o abismo final.
Foi essa a minha vontade, ou ausência dela, ao receber a notícia do desaparecimento de um colega de trabalho.
Perdeste vela e remo, amigo.
Que as ondas sejam transparentes na luz e gentis no requebro.
Até sempre.

06 setembro 2007

O primeiro Poeta













Raízes

Uma vez um homem deitou-se, todo, em cima da terra. A areia lhe servia de almofada. Dormiu toda a manhã e quando se tentou levantar não conseguiu. Queria mexer a cabeça: não foi capaz. Chamou pela mulher e
pediu-lhe ajuda.
- Veja o que me está a prender a cabeça.
A mulher espreitou por baixo da nuca do marido, puxou-lhe
levemente pela testa. Em vão. O homem não desgrudava do chão.
- Então, mulher? Estou amarrado?
- Não, marido, você criou raízes.
- Raízes?
Já se juntavam as vizinhanças. E cada um puxava sentença. O
homem, aborrecido, ordenou à esposa:
- Corta!
- Corta, o quê?
- Corta essa merda das raízes ou lá o que é...
A esposa puxou da faca e lançou o primeiro golpe. Mas logo parou. - Dói-lhe?
- quase nem. Porquê me pergunta?
- E porque está sair sangue.
Já ela, desistida, arrumara o facão. Ele, esgotado, pediu que alguém
o destroncasse dali. Me ajudem, suplicou. Juntaram uns tantos, gentes da terra. Aquilo era assunto de camponês. Começaram a escavar o chão, em volta. Mas as raízes que saíam da cabeça desciam mais fundo que se podia imaginar. Cavaram o tamanho de um homem e elas continuavam para o fundo. Escavaram mais que as fundações de uma montanha e não se
vislumbrava o fim das radiculações.
- Me tirem daqui, gemia o homem, já noite.
Revezaram-se os homens, cada um com sua pá mais uma enxada.
Retiraram toneladas de chão, vazaram a fundura de um buraco que nunca ninguém vira. E laborou-se semanas e meses. Mas as raízes não só não se extinguiam como se ramificavam em mais redes e novas radículas. Até que
já um alguém, sabedor de planetas, disse:
- As raízes dessa cabeça dão a volta ao mundo.
E desistiram. Um por um se retiraram. A mulher, dia seguinte,
chamou os sábios. Que iria ela fazer para desprender o homem da inteira terra? Pode-se tirar toda a terra, sacudir as rema nascentes areias, disse um. Mas um outro argumentou: assim teríamos que transmudar o planeta todo inteiro, acumular um monte de terra do tamanho da terra. E o enraizado, o que se faria dele e de todas suas raízes? Até que falou o mais
velho e disse:
- A cabeça dele tem que ser transferida.
E para onde, santos deuses? Se entreolharam todos, aguardando
pelo parecer do mais velho.
- Vamos plantar a cabeça dele lá!
E apontou para cima, para as celestiais alturas. Os outros devolveram
a estranheza. Que queria o velho dizer?
- Lá, na lua.
E foi assim que, por estreia, um homem passou a andar com a
cabeça na lua. Nesse dia nasceu o primeiro poeta.


Mia Couto, Contos do nascer da Terra

31 agosto 2007

A aposentação de Marte











A aposentação de Marte


A brilhante armadura, agora menos imponente, jazia curvada a um canto da casa, acusando o peso de tantos golpes. Uma arca, de tamanho descomunal, deixava antever pela fresta aberta da tampa, espadas, arcos, maças e outras armas. As paredes, outrora côr de sangue, eram agora de um branco imaculado e trepadeiras verdes abraçavam as colunas dóricas bebendo a frescura da água que jorrava da fonte a seus pés. Harpas e címbalos aos poucos insinuavam-se no éter, fazendo esquecer o som retumbante das lúgubres trompas de guerra.
Toda a casa respirava calma e introspecção. Quem ali entrasse, pela primeira vez, não diria que pisava o chão de Marte. O imortal Senhor da Guerra depusera as armas. Retirara-se dos teatros bélicos cansado de tantas humilhações, vindas sobretudo daqueles que por milénios martirizara. E nem os encantos de Vénus tinham sido tão persuasivos como o motivo que agora o levara ao seu retiro pacifista.
As constantes agressões e demonstrações de poder provinham de um novo deus. Um novo Senhor da Guerra. De aspecto minúsculo e mesquinho. Comandante do maior exército ao cimo da Terra. Poderoso na devastação de nações inteiras. Semeando o caos e a morte entre os da sua espécie. Fomentado o ódio e a discórdia em nome da paz, palavra que lhe saía já morta, da língua viperina.
Marte já nada podia contra a crueldade deste verdadeiro tirano que dava pelo nome de G.W.Bush e tinha pena dos humanos que sofriam o flagelo das suas campanhas.
Era agora um deus com pés de barro, tentando apagar um passado sangrento.
Vivia metido consigo próprio, cultivando o seu jardim, lendo os clássicos. Homero, Virgílio, Hérodoto, Sófocles povoavam-lhe os pensamentos e mais ultimamente apaixonara-se por uma escrita que descobrira num blogue, atravez da Internet, sim porque o Olimpo já tem Banda Larga, o qual se chama: RETALHOS DE UMA QUALQUER VIDA. É uma Nina que escreve maravilhosamente , e que faz frente aos grandes, diz frequentemente com os botões da alva toga. E parece que até temos em comum o facto de virmos do mesmo planeta, continuando para os botões.

Marte, hoje é um velho tonto, que trocou a crueza pela sabedoria. Oxalá a Nina consiga com a sua pena aliviar as penas do velho como alivia as minhas.



Para ti guapita, do fundo do coração.

Diário XI - Minha Sintra, encantada



















A pé, entre a Portela e a Quinta da Regaleira.

Sintra dos poetas, dos amantes, dos músicos, dos loucos da Pena, dos gulosos da Periquita, dos infieis do Castelo, dos fieis dos seus templos, dos profanos das suas pedras antigas.

Sintra, sempre presente, á tua espera, com o raro condão de te fazer feliz quando para ela voltas...

Diário X - Os Norte-Sul na Amarelejinha












E os meu amigos dos Norte-Sul, eternos companheiros de cantigas, estradas, bebedeiras, discussões, mas sempre tão pertos do coração.

Estivemos todos juntos nesta actuação na Amareleja. Talvez uma das mais bem conseguidas deste ano, embora tivesse corrido mal no início, como já é da praxe.

Primeiro a hora escolhida pela organização. 18H00, no Alentejo, em pleno mês de Agosto, a obrigar a uma viajem pela brasa.Era preferível mandarem-nos, todos, pró inferno. estava lá mais fresquinho, com certeza. Depois, chegamos, e o palco encontrava-se vazio, sem equipamento de som algum. Perguntámos quando iria ser montado, responderam-nos que haveria de chegar, a qualquer momento. Estamos no Alentejo, porra! Acabámos por montar o nosso e fazer o som a todos os grupos que lá passaram (nós fomos os últimos, para variar).

É de louvar o esforço e empenho que o António Cachaço demonstra sempre que o nosso técnico de som não nos pode acompanhar. Parecia uma barata tonta a ligar e desligar cabos, mas no final tivemos um som limpinho que até dava gosto!

Depois esta actuação brilhou com a presença de amigos entre o público. O meu colega Helder Fontes, que estava a passar férias naquela localidade, veio fazer-nos companhia com a família. É sempre uma satisfação enorme estar em palco e observar caras conhecidas na plateia. Obrigado Helder pela presença.

Outra estrelinha que brilhou naquele dia foi o facto do Zé Lopes fazer anos.
Já no restaurante onde jantámos foi a loucura total. A cantar os parabéns ao Zé, com todos os presentes em coro, e as modas a sairem, umas atrás das outras, como um rebanho em direcção ao pasto.

O regresso foi um pouco atribulado, fugindo e enganando os geninhos, mas isso são contas de outro rosário.

Diário IX - Ai milonga de amor










Um dia destes, a Rita Caldas convidou-nos a assistir a uma performance, ao ar livre, em pleno Largo do Carmo, em Lisboa.

A surpresa foi muito agradável. Ver uns quantos pares dançar o Tango sem complexos ou artifícios que não o simples prazer de sentir a música e demonstrarem-no numa escrita corporal belíssima.
Adorei o ambiente, as pessoas, sobretudo a felicidade que alguns de nós ainda têm, de fazer o que gostamos.

No final, a mãe da Ritinha veio buscar-me, e à Fátima também, para dançar. Aí é que foi o descalabro total.

Amiga, prometo que ainda farei boa figura a dançar essa sensual dança.

Obrigado a todos pelo momento...

Diário VIII - O Salgueiro, A Manela e a osga Jacinta



















Que belo dia passámos na companhia do Eduardo Salgueiro, da Manela e da osga Jacinta!

Já não tinha dúvidas sobre a generosidade do Salgas. Mas ele, teimoso, insiste (e ainda bem)em confirmar e reconfirmar os laços de amizade que aqui e ali, vai atando, sem interesses escondidos, só pelo prazer de partilhar conversas e acepipes.

Assim, o casal recebeu-nos em sua casa, repleta de coisas boas de comer e de beber, e apresentou-nos o seu animal de estimação: a osga Jacinta que vive no pequeno jardim da sua casa. Apesar de não a termos visto, o Salgas disse que a osga é muito tímida, sai a ele, acreditamos que ela lá estava, comprovada pela recusa da Manela em se aproximar dos vasos.

Connosco estiveram o Marco Ferreira, a Nanda e o Serginho, lindo como nunca.
O tio Charraz, quando não estava a comer e a beber estava-se a babar com o sobrinho Serginho como se pode ver na foto.

Foi um dia óptimo, malgrado das Gambas Grandes serem poucas e só calharem 2 a cada um de nós. Também não gostei muito de ter ficado fechado na casa de banho. Valeu a intervenção profissional do Marco, que lá abriu a porta.

Obrigado amigos, do fundo do coração.

Diário VII - Deslumbramentos
















Dá ou não dá, vontade de voltar?

Diário VI - Algures, entre caipirinhas e Shots















Já deu para perceber que nestas férias o Baco colou-se a nós, fazendo da nossa sombra o seu fresco refúgio, espalhando a sua influente sabederia por estas pobres e sedentas almas. E eu nem me atrevo a comentar, quanto mais mostrar em piores imagens o granel que por vezes se instalou nas hostes.

Mais do que tudo aquilo que foi visto, estes dias marcaram a diferença pela amizade e carinho que se viveu, se partilhou, entre velhos e novos amigos.

Obrigado Charraz, Marta, Bruno, Sofia, Rita, Salgueiro, Manela, Marco, Nanda.
Obrigado, também aos amigos que não poderam estar presentes, fisicamente, mas que andaram, sempre, no nosso coração.

Diário V - O Sacas



















O Sacas é um amigo de longa data, de uma amizade com uma vintena de anos, antigo pescador daqueles mares e que dá o nome a um autêntico paraíso de iguarias gastronómicas que é o seu restaurante, situado a 3,5 Km da Zambujeira, no Porto de Pesca.
Outrora uma casa abarracada feita de madeira e com o telhado de colmo, hoje é um moderno espaço onde nos sentimos confortáveis e onde podemos dar liberdade à nossa gula, tirando a barriguinha de misérias, esquecendo por completo as Dietas 10 e outras castrações urbanas.

Obrigado amigo Sacas pelos momentos de felicidade que me tens proporcionado, ao longo destes anos.

Diário IV - O Café Fresco















O Café Fresco, agora unicamente comandado pela amiga Isabel, é o local mais cool da Zambujeira, e onde se pode ouvir a melhor música das redondezas, não fosse ele ponto de encontro de alguns conhecidos artistas da nossa praça e até de além-fronteira.

E é vermo-nos, ao final do dia, diante dum pôr-do-sol magnífico a retemperar forças e sentidos, a afogar-nos, lentamente, no sagrado graal da cerveja.

Ai que saudades...

Diário III - O caçador de peixes.















Ainda meio desapontado pelo anterior desfecho vejo descer para o pesqueiro onde me encontrava um grupo de rapazes e de raparigas caminhando alegremente, falésia abaixo.
Ao chegarem junto de mim, um deles, talvez o mais velho, saúda-me dando as boas tardes. E num sotaque que percebi ser daquelas paragens, perguntou-me:
- Então amigo, isso tá a dar? Já apanhou alguma coisa?
Eu de semblante carregado respondi-lhe que não. Que tinha deixado fugir uma dourada, das boas, ao que ele retorquiu, até com um pouco de gabarolice:
- Olhe, eu vou caçar o meu jantarinho!
E começou a vestir o fato de mergulho. Armou a espingarda e meteu-se dentro de água, desaparecendo por entre as ondas.
- És mesmo convencido, disse eu comigo.
Continuei na minha pesca, mas não senti mais sinais de peixe, e ao fim de quase uma hora já me preparava para arrumar a tralha quando reparei que o rapaz voltava para terra. Ao longe dir-se-ia que um pequeno Poseidon, com o seu tridente na mão, vinha em peregrinação, carregado de tesouros do seu reino prestar culto a alguma terrena deusa, pois do seu cinto pendiam, brilhantes de vida uma quantidade de peixes.
- Bem, parece que te ajuizei mal, rapaz. Pensei eu.
Preparava-me para subir a falésia quando a Fátima me diz:
- Olha, o rapaz vem na nossa direcção. E com ele traz alguns peixes!
Meia dúzia de passos depois, o rapaz estava à nossa frente.

- Amigo, disse ele. – Nós somos seis pró jantar. Comemos um peixe cada. Como cacei nove, sobram estes três. Será que os querem pra vocês?
E estende-me três belíssimos sargos!
Eu olhei para a Fátima. Olhei para o rapaz. Olhei para os sargos já nas minhas mãos e com uma cara de completa incredulidade disse-lhe que sim, que os queria.
Agradeci. E iniciámos a subida da falésia com o terrível desconforto de trazer no saco o peixe que não pesquei, oferecido por uma pessoa que não conhecia e que na única oportunidade que tivera, julgara mal.
Durante a subida, do meio da rocha onde estava, o rapaz ia-me acenando com a mão, a que eu ia respondendo, como velhos amigos, até que a sua imagem não passava mais do que um ponto negro na paisagem.
Não nos voltámos a encontrar mas creio que não mais esquecerei o seu sorriso confiante, e a lição de humildade deste caçador de peixes.

E é assim, amigo Charraz, que me confesso pecador mentiroso, no momento em que os peixes se encontravam na mesa, ao responder peremptório à tua dúvida, que sim, que os tinha pescado e que não tinha passado pelo mercado na véspera.
Orgulho ferido de pescador. Mas, lá diz o ditado: Mais vale tarde do que nunca!

Diário II - A primeira luta







Como já devem ter percebido, o prazer que tiro do mar e das suas praias resume-se, quase exclusivamente, ás constantes idas à pesca.
Quero aqui dizer que não sou um assíduo e experimentado pescador. É um gosto que me foi transmitido pelo meu pai e que, normalmente, só acontece quando estou em férias.
Encaro a pesca como um exercício de descontracção e de comunhão entre o espírito e a natureza dos locais onde normalmente pesco. Não me vejo a pescar no meio de uma multidão (se não estiver só, não pesco) ou num local onde o mar não me conte uma estória. Por isso, se voltar para casa de saco vazio não é isso que me vai impedir de voltar no dia seguinte. É claro que se o mar for generoso e me presentear com um belo Sargo ou Robalo, o peito, além de inchado com a maresia que a fresca brisa me trouxe, vem repleto de vaidade e de dobrado contentamento, já a pensar em grelhas, carvão e vinho tinto.

Assim aconteceu no primeiro dia em que pesquei nestas férias:

Tínhamos apanhado a tiagem (minhocas que vivem enterradas na areia, normalmente debaixo das rochas, e que são o meu isco preferido) na manhã desse dia.
Depois do almoço na Ti Vitória combinámos, eu e a Fátima, inaugurarmos oficialmente a época da pesca, e fomos para a laginha, que é um pesqueiro de fácil acesso, onde se está à vontade e sem cuidados de maior, próprio para o acostumar dos músculos aos mais difíceis pesqueiros.
Depois de armado o equipamento faço o lançamento para o mar. Confesso que estava um pouco ansioso, seria que este ano era ano de encher o frigorífico?
Passaram-se uns bons quinze minutos e nada. Não. O peixe não picava. Vamos acreditar que o cardume da abundância estaria a chegar a qualquer momento, e que mais tarde ou mais cedo acabaria por sacar uma escama.
Estava perdido nestas minhas conjecturas quando de repente, a cana vergou a ponta, num inusitado esticão em direcção à água, como se, ela própria, fosse criatura de mar, e que em cima daquele rochedo agonizasse, fora do seu meio.
Eu começo a recuperar a linha, e pela luta que o peixe estava a dar, percebi que era um dos grandes que tinha ferrado. Ao fim de algum tempo começo a ver a silhueta dele, brilhando na superfície das águas claras. Era uma dourada. Grande, como nunca tinha apanhado nenhuma. Era o que na gíria se chama uma tábua. Devia de ter à volta de 3 quilos. A adrenalina corria-me à solta nas veias fazendo-me tremer de excitação. Já só o queria ver pendurado na linha, a subir, vencendo o espaço que o separava de mim.
Até que, no momento em que a sua cabeça saiu fora da água, desferiu um desesperado golpe, arqueou o corpo, e como um silvo de chicote a linha partiu libertando o meu breve prisioneiro. A luta tinha chegado ao fim e o derrotado era eu que incrédulo olhava a linha abandonada ao vento, na ponta da cana.

Diário I















No princípio era a Música – Sines, Festival de Músicas do Mundo.

- Momentos bons:


Um fim-de-semana na companhia do Rogério Charraz, a Marta e o Bruno e claro da minha Fátinha. Belos mergulhos nas Praias da Costa; Comezainas com o sabor a mar; Noitada a curtir boa música.

- Momentos bonzinhos:

A fila de trânsito para sair da praia; as ressacas; os massacres Rogérianos.

Zambujeira.

- Momentos bons:


O matar de saudades do mar, do murmúrio das ondas ao desfalecerem na praia; os passeios pelas falésias perfumadas por meladas estevas; do pôr-do-sol; da pesca, da gastronomia; dos amigos locais; dos novos amigos.

- Momentos bonzinhos:

Os dias que não fui à pesca; os dias que só fui à praia; as ressacas (que me perseguiram, tenazmente).

De volta



Eis-me de volta, depois de umas belas férias na Costa Vicentina, mais propriamente na Zambujeira do Mar, que apesar de já não ser o paraíso de outrora, ainda mantém a beleza e a magia que me faz lá voltar ano após ano.

Sem me querer tornar aborrecido vou tentar fazer um breve diário do que foram estas férias, até porque se não o fizesse seria crucificado pela alcateia bloguiana.

Deixo aqui breves imagens que, apesar de tudo, permanecem indeléveis nas memórias mais voláteis desses dias claros, de praia e pesca, de comes e bebes, quase sempre na companhia de velhos, mas também de novos amigos.

04 julho 2007

Uma prenda!


Ontem tinha esta prenda, em casa, à minha espera!

A Micas enviou-me da Alemanha o disco dos seus amigos Déirin , e pelo que pude ouvir, aconselho a que os procurem pois são músicos excelentes.

A eles, visitem-nos aqui: www.deirinde.de

À Micas, na minha lista de Links

Boas férias Maria!
Grato pela tua, sempre, renovada simpatia!

14 junho 2007

A não perder!!!


Festival África - 28, 29 e 30 de Junho - 22,00 horas - Torre de Belém

2 a 8 de Julho - Cinema S.Jorge
Mayra Andrade, entre outros.




18 maio 2007

Naia, tal e qual...

... até o bicho da seda e o homem das abreviaturas que não gosta delas porque personaliza os contactos e já percebi que é demasiado afável para perceber que o nome próprio é como um beijo na boca - só se dá quando e a quem se ama! De resto apenas se faz o que se tem a fazer ... beijos só na boca de quem se trata pelo nome próprio e se inventa o diminuitivo.

16 maio 2007

Blogues Boémios




Os "Boémia" estão a blogar em força!


Não deixem de visitar o seu espaço em www.boemiablog.blogspot.com para saber novidades e acompanhar de perto a actividade destes excelentes músicos e amigos.




Bem vindos, companheiros!

15 maio 2007

A Isabelinha postou

A minha amiga Isabel Correia disse:


Ás vezes o silêncio é um bom presságio.

Significa introspecção, significa fases de “imensa” creatividade.

Será que estás a escrever um livro ?
A compor uma canção?
A tentar fazer um filho ?



Outras vezes o silêncio é um mau presságio

Significa desânimo.
Significa tristeza.
Significa inércia.



Outras vezes ainda, não é nem um bom nem um mau presságio .

Significa que “estamos noutra onda”
Significa que “não nos apetece agora”
Significa que “temos outras coisa muito mais interessantes para fazer”.


Esperamos todos que o teu caso não seja a 2ª hipótese.

E por favor … volta que estás perdoado !!!!!!!


TODOS NÓS


Eu, digo:

Não Isabel. É mesmo falta de tempo!
Beijinho para a família Correia.

04 maio 2007

Parabéns ao Tubo d'escape

O 'Tubo' do amigo Rogério Charraz faz 2 anos. 'O tubo por onde se escapam ideias, sentimentos, citações, recomendações e desabafos'.
Para mim, pessoalmente, ele foi o começo e a continuidade de muitas coisas que hoje se tivessem de acabar, me tornaria numa pessoa mais pobre de espírito (matéria lamecha a ser aproveitada por Naia Castro).

Assim sem mais delongas: PARABÉNS ao TUBO D'ESCAPE!

Ah, e respondam ao desafio por ele lançado...

28 abril 2007

SLB vs SCP


Como se pode constatar o Derby está prestes a começar.


Os jogadores estão em campo. As camisolas brilhando sob a luz crua da tarde, prontas a serem suadas pela conquista da vitória. Uma última golada do tónico líquido antes do presto apito do juiz.

Meus senhores, tenham fair play, que vença o melhor, o Jogo vai começar...

26 abril 2007

Os laços (Górdios) de Naia Castro


Sr. Perdigão, Cativar é criar Laços. Criei laços com este blog. Com as pessoas que não conheço mas que já fazem parte dos meus pensamentos. Criei laços consigo, com Zé Lopes, com o Rogério, com o Sérgio, com a Fátima...

A raposa disse ao Principezinho que criar laços é cativar e explicou que é eu vir aqui e vocês estarem cá e encontrarmo-nos. A raposa disse que assim se criam laços e nos cativamos. Eu gosto de criar laços, mas não gosto, nem tenho muito jeito para marcar encontros... noto que deixo cativar-me mas que (quase) ninguém me cativa a mim.

Acho que a raposa não está totalmente certa. Criei laços consigo e com os seus amigos, mas (e tenho quase a certeza) nenhum de vocês criou laços comigo. Apesar de vir aqui poucas vezes e passar muito tempo sem dizer nada, não deixo de pensar em si e nos seus amigos. Inclusive, volta e meia venho aqui ver a conversa da treta que vocês desenvolvem. Até já acho piada às vossas conversas (às vezes tão lamechinhas, tão beijinho para cá e beijinho para lá, tão olá tudo bem)... Parecem miúdos a trocar postais nas férias do Verão...


Pois, pois, pois! Mas apesar da minha ausência e das vossas pieguices e tretas, a raposa não estava totalmente certa porque criei laços convosco, vocês cativaram-me, mas eu não vos cativei. Aliás, imagino mesmo que vos irrito e tenho noção que não é nada fácil deixarem-se cativar por mim.

Mas isso é bom. Assim não há confusões. Assim não conseguem iludir-se e fazer de mim mais um personagem à vossa própria maneira e vontade. Assim não se apropriam de mim e isso é bom, porque podem ter a certeza absoluta que devo ser das poucas pessoas que o “é” e verdadeiramente e existe, independentemente da ideia que podem ter ou querer ter acerca de mim. Isso é mesmo muito bom! Talvez poucas pessoas percebam que quando nos cativamos é de forma oportunista e enganosa – só gostamos de quem gosta de nós e nos diz o que queremos e faz o queremos e corresponde ao que queremos, sendo este o tipo de tangas que procuramos nos outros e que nos aproxima dos outros, pelo que rejeitamos e não gostamos de quem não nos enche o ego à nossa maneira. A propósito se tiverem um tempinho vão procurar saber o que é e como se constrói o ego (de falsidades e de imagens preconcebidas e estereotipadas). Ainda gostava de conhecer alguém que realmente gostasse de mim! Desatava rir! Salvo erro um destes dias contei-lhe que tenho família, filhos e tudo. É uma família que estimo acima de tudo e de todos, mas dá-me uma vontade de rir... Se soubesse a dificuldade que têm em gostar de mim! Rio-me porque sei que gostam e de forma verdadeira, mas a minha frontalidade e clareza de ideias e de existência confunde-os tanto.... Por exemplo, não conseguem mentir-me, não conseguem bajular-me, não conseguem dizer-me determinada coisa sem que eu perceba que não é aquilo que estão a dizer mas o que queriam ter para dizer, etc., etc.... Se há coisa que não suporto é que me andem a tapar o sol com a peneira e à volta fique aquela grande claridade. É por isso que ainda estou para conhecer alguém que goste realmente de mim, porque os que gostam é um pouco tipo água tónica e têm sempre muitas queixas e motivos de sobra para se queixarem de mim. Se alguém algum dia gostasse de mim verdadeiramente é porque eu seria exactamente quem sou... o que é complicado, não só porque quem sou não faz de conta, nem faz o frete a ninguém, como também nem sempre sou quem sou, mas o que de momento preciso que seja – sou uma pessoa muito prática e o espaço é mais verdadeiro para se viver, do que o tempo.


Agradeço, hoje, em particular porque estive e espero que isso não vos cative, porque também não vos dou motivos – cativar não requer motivos, mas somente que nos encontremos e sejamos.

Naia Casto





23 abril 2007

Dobradinha em Almada!




Os Bóemia passaram as duas eliminatórias do Festival Cantar Abril em Almada.


Sábado, 28 de Abril, será a grande Final, donde sairão os vencedores, escolhidos entre mais de 200 candidatos, por um júri constituído por Fernando Tordo, João Afonso, Amélia Muge, Samuel, entre outros.


Lá estaremos a apoiar o Rogério e o Marco, desde já vencedores, pela atitude, pela partilha e amizade, e pela teimosia de querer levar cada vez mais longe a nossa música.


Aqui ficam algumas fotos do acontecimento, salientando a primeira presença do Sérginho num espectáculo do seu papá.


16 abril 2007

A gente sente-se em casa...


Este Sábado estive no Seixal, no espaço do 'Toca rufar'
Fui lá com uma caixa de rufo com um buraco na pele, a ver se me 'desenrrascavam' pois o Grupo Norte-Sul tinha um espectáculo no dia seguinte.
Fiquei siderado com a amabilidade de todos quantos lá trabalham. O Rui Júnior proporcionou-me uma visita às oficinas, mostrando-me equipamentos, instrumentos, peles, explicando-me as origens, etc. O Pedro Santos com uma paciência sem límites deu-me um autêntico Workshop de como reparar, ou mudar uma pele, os truques e perceitos para um excelente trabalho final. A Sandra com a sua simpatia, procurando saber que tipo de música tocam os 'Norte-Sul' e adiantando, para já, uma possível actuação no Bar 'O Tambor que Fala'.
Enfim, estou desejoso de romper outra pele, se for necessário, para lá voltar!
Aqui deixo o meu enorme agradecimento e um pequeno texto que tirei da Visão.
O que é o Tocá Rufar? Porque é que o Tocá Rufar atrai milhares e milhares de crianças, adolescentes e adultos, pessoas de todos os extractos sociais e de todas as Culturas?Serão os Sons da Utopia?Rui Júnior - músico, pintor, artista. Irreverente, alma irrequieta, sonhador - o fundador deste Projecto que não pára de crescer, também não conhece todas as razões para este fenómeno que é o Tocá Rufar. O que será que motiva milhares de pessoas, em Portugal e no estrangeiro, a acarinharem e a apoiarem esta iniciativa iniciada em 1996? Que dom é este que transforma coisas e pessoas e as torna bonitas?‘’O Tocá Rufar é muito mais do que a obra de um homem’’ – diz Rui Júnior– ‘’O homem tem limites. Os sonhos não têm.’’

12 abril 2007

Em Abril, músicas mil. (ponto final)


Estão abertas as inscrições...


Uma famosa Banda de música portuguesa procura novos elementos para integrar a sua formação.

Como se pode constatar, as audições já começaram sob o ouvido crítico do Sr. Almirante.


Façam fila, por favor. Não empurrem...