As folhas levantadas pelo vento forte erguiam-se, iluminadas pelas luzes da ambulância, num bailado trágico, no palco da noite.
Num cruzamento da avenida jazia um corpo, cinzento no mimetismo das sombras. Apenas saltava à vista no vulto o único sapato que ainda calçava. A sua cor, de um amarelo gritante comprometia o anonimato da morte.
Eu, ignorando a chuva que caía, não conseguia tirar os olhos daquela visão. Sentia-me preso como um cão, renitente em abandonar o dono que partira. Uma estranha leveza apoderara-se de mim, parecia que pairava.
Foi então que dei conta que me encontrava com um pé descalço. Faltava um dos sapatos amarelos que comprara na véspera.
Num cruzamento da avenida jazia um corpo, cinzento no mimetismo das sombras. Apenas saltava à vista no vulto o único sapato que ainda calçava. A sua cor, de um amarelo gritante comprometia o anonimato da morte.
Eu, ignorando a chuva que caía, não conseguia tirar os olhos daquela visão. Sentia-me preso como um cão, renitente em abandonar o dono que partira. Uma estranha leveza apoderara-se de mim, parecia que pairava.
Foi então que dei conta que me encontrava com um pé descalço. Faltava um dos sapatos amarelos que comprara na véspera.
4 comentários:
Bendita cegueira!
Será que é possível pairar assim ?
Será que existe alguma coisa depois ...?
Será que a luz não se apaga naquele momento e nada mais existe ?
Cabe a cada um de nós acreditar no fim que mais lhe convier ou então pura e simplesmente não conseguir escolher em qual acreditar.
Isabel Correia
Acredito que seja sempre dificil à alma abandonar o corpo ao pó, em circunstãncias violentas e inesperadas. Gostei.
Tenho andado longe da blogosfera e da minha "Casinha", eu tento mas o tempo não estiiicaaaaa!!! :D))
Beijinhos
Jä estive na passagem, duas vezes,na hora hä um lutar com todas as forcas que se tem para ficar
Eu consegui, näo tinah chegado a hora
beijinhos com muitas saudades da minha Sintra
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