Herois de cera *
A Terra Lusitana não foi dada
Como prenda de Natal à Burguesia
A nossa Pátria não é uma Coutada
De quem nos rouba a nossa mais-valia.
Em corcéis montados. Em riste as espadas
Oh! Eternos "Quixotes". Oh! "Sanchos Panças"
Heróis de cera. Múmias geladas
Contra moinhos quebrando lanças.
Escribas, charlatões, bufarinheiros
Fazedores de leis. Fomentadores da morte
Entradas rijas. Saídas de sendeiro
Em toda a história foi essa a vossa sorte.
Com o fedor da classe moribunda
Monte de lodo que dos esgotos sai
No estertor da morte ataca furibunda
Mas de seguida; cambaleia. Cai.
* Poema de José Cuco da Silva Severo
Nasceu em 1936 em Amareleja, concelho de Moura
Uma palavra de gratidão a todos os amigos que estiveram em Moura.
Aos músicos do RCT por fazerem uma coisa tão séria parecer uma bricandeira.
Á família do Rogério Charraz e ao povo de Moura, pela hospitalidade.
Aos avós Rosina e Joaquim, na Volta do Vale, e ao cão "Mantorras" por me sujar a roupa com as patas.
3 comentários:
Apesar de andares lá perto, com o fedor e com os esgotos, não era este o post que esperava encontrar neste lado do bairro...
Mas fico a aguardar!
E sim, adorei a sexta-feira, com o RCQuinteto, e com a açorda no pão!
Besitos a todos, bem hajam!
Como eu gostava que a classe estivesse moribunda, como era bom que fosse realidade o pensamento do poeta.
Somos poucos a lutar por qualquer causa, seja ela qual for. Infelizmente a única causa válida para a maioria dos portugueses hoje em dia é o seu próprio umbigo.
Boa segunda feira e lambidelas amigas
Gostei da "bricandeira". Mais uma nova palavra para o nosso léxico.
Quanto ao resto, só te tenho a dizer que és grande!
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