De Gil Vicente em nome de Maria Parda fazendo pranto porque viu as ruas de
Lixboa com tam poucos ramos nas tavernas e o vinho tam caro, e ela nam podia
viver sem ele.
Eu só quero prantear
este mal que a muitos toca
qu’estou já como minhoca
que puseram a secar.
Triste desaventurada
que tam alta está a canada
para mi como as estrelas.
Ó coitadas de goelas
ó goelas da coitada.
Triste desdentada escura
quem me trouxe a tais mazelas?
Ó gengibas e arnelas
deitai babas de secura.
Carpi-vos beiços coitados
que já lá vão meus toucados
e a cinta e a fraldilha.
Ontem bebi a mantilha
que me custou dous cruzados.
Ó rua de sam Gião
assi estás da sorte mesma
como altares de Coresma
e as malvas no Verão.
Quem levou teus trinta ramos
e o meu mana bebamos
isto a cada bocadinho?
…../……
A propósito de um "post" na MisteriosaLua.
3 comentários:
Luxo, luxo amigo ZMSantos, duas no mesmo dia, se o amigo Charraz sabe, fica cá com um desgosto de não haver internet no reino dos Alentejos e Algarves...temos que lhe esconder este fenómeno fenomenal ....
"...Era o vinho, meu bem, era o vinho..."
Andei eu que tempos a cantarolar isto, mas nunca soube a quem pertencia!
Grata pela info!
Besitos
O Charraz, sempre o Charraz...
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