No Domingo passado fomos á pesca para um pesqueiro que o nosso amigo Américo conhece.
-"Uma lage lisinha, onde estamos á vontade", dizia o Américo.
Não pescámos nada, mas estava-se ali tão bem que nem apetecia sair...
O João a telefonar prá casa das alcatifas, a encomendar uma passadeira...
Como se pode facilmente ver, estávamos muito bem "instalados" e a primeira coisa que fizemos, quando chegámos, foi tirar os sapatos e deixar os pézinhos "á solta"...
Está decidido! Quero lá saber do peixe! Eu quero é vir com a "bunda" massajada pela lage...
"- Tenho muita pena, mas pouco se pode fazer. Tratem-na bem, dêem-lhe uma boa qualidade de vida, porque aqui já fizemos tudo o que havia para fazer."
Foi este o discurso que os médicos, no Hospital de Santa Maria, proferiram, depois de uma equipa médica ter analisado o estado de saúde da minha mãe há pouco mais de um ano atrás.
Hoje, acabei de saber que depois de um tratamento de químio-terapia, o problema está afastado, e que a minha mãe não voltará ao Serviço de Oncologia daquele hospital.
As lágrimas de ontém são os sorrisos de hoje. A prova de que se pode vencer uma luta desigual está aqui. Com a força e a inconformidade da família, sobretudo do meu irmão Luis e da minha mulher, dos meus amigos e de alguma entidade, toda poderosa que nos rege. Não ganhámos, ainda, a guerra, mas vencemos uma batalha muito importante.
A todos que me acompanharam e que me deram força e esperança aqui deixo a minha gratidão.
Hoje é o dia em que se inicía uma batalha, numa luta que se quer ganha, também, pela força da amizade, do carinho, da solidariedade entre os amigos. Vamos estar todos presentes, de mãos dadas, nesta hora, e vencer!