29 abril 2009

Que quero ver meu pai...

Caminho das Águas
Maria Rita
Composição: Rodrigo Maranhão

Leva no teu bumbar
Me leva
Leva que quero ver meu pai
Caminho bordado a fé
Caminho das águas
Me leva que quero ver
Meu pai...

A barca segue seu rumo lenta
Como quem já não
Quer mais chegar
Como quem se acostumou
No canto das águas
Como quem já não
Quer mais voltar...

Os olhos da morena bonita
Aguenta que tô chegando já
Na roda conta com o seu
Ouvir a zabumba
Me leva que quero ver
Meu pai...

Leva no teu bumbar
Me leva
Leva que quero ver meu pai
Caminho bordado a fé
Caminho das águas
Me leva que quero ver
Meu pai...

A barca segue seu rumo lenta
Como quem já não
Quer mais chegar
Como quem se acostumou
No canto das águas
Como quem já não
Quer mais voltar...

Os olhos da morena bonita
Aguenta que tô chegando já
Na roda conta com o seu
Ouvir a zabumba
Me leva que quero ver
Meu pai...

Leva no teu bumbar
Me leva
Leva que quero ver meu pai
Caminho bordado a fé
Caminho das águas
Me leva que quero ver
Meu pai...

6 comentários:

Rogério Charraz disse...

Abraço-te, amigo.

Maria disse...

Também te abraço...
e dou-te uma beijoca, que tu mereces
:)

Leticia Gabian disse...

Até daqui a pouquito!
Abração

Leticia Gabian disse...

Há muita estrada pra andar, meu amigo!
E os caminhos serão sempre bem iluminados.
Se ontem não deu...Bola pra frente!

Zé e eu te deixamos aqui um abraço, não triste, mas cheio de ânimo e força.

Pisa firme na tua estrada!
(bem sabes do valor que tens!)

Anónimo disse...

Estimado e saudoso Sr Perdigão,

Estive ausente(?). Ausente é estar presente noutro sítio. Porque o pensamento e a memória estão onde está o coração e a inquietação (porventura, também, a paz e a tranquilidade). Não. Na memória não estive ausente. Nem mesmo deixei de vos visitar. Apenas não me tenho manifestado. O silêncio acolhe as melhores mensagens da vida e da Alma. Sr Perdigão, “Cativar é criar laços” e eu criei laços consigo. Talvez, apenas, muito à minha maneira. Que culpa tenho que poucos entendam a memória e o pensamento? Em mim, estão sempre onde quero. Visitam quem quero. Reveêm e falam com quem quero. Claro que as respostas são muito poucas. A maior parte de nós é como Tomé... Vejo e revejo que tem necessidade de visitar lugares, de dizer, cantar e escrever palavras. Vejo que dentro de cada representação das acções que leva à prática, de alguma forma se revê e tenta ser feliz. Vejo que cada nota, cada palavra é uma busca para a maior aproximação possível de si mesmo. Tanta acção! Tão pouca contemplação! Tanta nota, tanto som, tão pouco silêncio. Tanto sítio, tanta mão estendida, tanto sorriso dado, tanta partilha, tanta amizade, tão bom coração, tão cheio. Mas tão pouco vazio. Tão pouco nada! Faz-nos falta o nada, o vazio, sabia? Ou sabe e faz de avestruz?! Quem sou eu? Dir-me-à no fundo de si mesmo. Quando já sabe que sou a impertinência do reparo, o olho que vê para além da máscara, a frontalidade de destapar o sol e tirar-lhe a peneira, a Fé de que o Sr Perdigão me há-de acompanhar, ainda que só na memória e a esperança que perceba que não se dá peixe quando se quer realmente ajudar. Não se vendem perservativos quando se quer realmente ajudar. Ao menos e no mínimo deviam apenas ser distribuídos gratuitamente, mas há que vendê-los, ah pois! e mais, tapar os olhos ao povo e dizer-lhes, que nós os civilizados e evoluídos afirmamos e garantimos que são a melhor solução! De resto podem continuar e manter hábitos promíscuos, falta de higiene pessoal e mental, falta de saneamento básico, falta de ferramentas para cultivar a terra, iliteracia, falta de ensino básico, falta de ensinar a ter vontade e personalidade.. tudo...podem continuar com todo o tipo de vida decrépita, que, nós, aliás, cá no Norte, mantemo-nos empenhados e tudo fazemos para garantir que assim seja. Ah, já me esquecia das armas. Porque o Himisfério Norte faz tudo para que a África acredite que só defendendo os seus ideiais com armas e a sua saúde com preservativos é que acaba com os flagelos por que tem passado. De resto, continuem a comprar-nos e a pedir mais dinheiro para nos comprarem ainda mais... Adoramos a dívida externa dos países pobres... Sr Perdigão esteve em África. Por acaso passou-lhe despercebida aquela sensação forte de que efectivamente nada têm? E aquela sensação de que olham para si com os olhos obcecados a transbordar de esperança? Aquela estranha sensação que parece um sufoco na garganta porque olham para nós com a esperança de quem aguarda o Messias? Não deu conta da infinita leveza e da grande dependência daquelas vidas? Quase parece que se pegassemos numa criança daquelas ela vinha connosco, para as nossas vidas, para onde quer que fosse, qual cão perdido do dono... A minha esperança é que alguém acorde e siga a acordar mais alguém... os galos já só cantam na aldeia e as aldeias estão desertas... a minha esperança é que acordem alguns porque mesmo sendo só alguns sempre podem fazer algum barulho. A minha Fé é que mesmo que ninguém acorde e que mesmo que os poucos que mantém vigilância adormeçam, que apesar desta dormência mórbida em que todos andamos, um dia possamos enfim ver a Luz. Agradeço, ainda se lembra porquê?

Naia Castro

P.S. Um sorriso a todos com quem falei algumas vezes

Anónimo disse...

Estimado Sr Perdigão,

Ponderei bastante voltar a enviar um comentário e como vê não me contive... os seus amigos mandam-lhe mensagens de ânimo e de amizade, o título do poema sugere, venetualmente, um momento duro para si... não sei que diga, nem pergunto. Apenas lhe posso dizer da minha experiência porque já passei pela perda de alguém bem próximo e mais que uma vez. São dores incomensuráveis que nos devoram corpo e alma e nos fazem vacilar, em vários instanstes, em todas as nossas causas e princípios. Depois sim, vem o silêncio e o vazio onde podemos novamente criar. O Sr Perdigão é um (re)criador por excelência e tenho a certeza que qualquer que seja o momento que está a passar, depois, no silêncio, no vazio, voltará a colocar a sua éssência e o que tem de melhor.

Só temos pão porque o trigo cai à terra, definha e morre.

Agradeço e desejo que veja a luz fantástica que faz por estes dias lá fora.

Naia Castro