26 janeiro 2007

Alentejo em Lisboa


Para os desinteressados, o Grupo Norte-Sul vai actuar, amanhã 27 de Janeiro de 2007 pelas 15:30 horas, na Casa do Alentejo, em Lisboa.


Uma oportunidade de visitar um palecete de interessante traça arquitectónica em pleno centro de Lisboa e ouvir estes desalmados...


A entrada é livre.

Morada: R Portas S Antão 58, Lisboa
1150-268 LISBOA

7 comentários:

Cravo a Canela disse...

Aleluia, Aleluia, Aleluia...

Anónimo disse...

Também lá vou estar! Não para visitar o palacete mas para ouvir o Grupo Norte Sul. Isto é, se houver um lugarzinho porque o salão vai estar certamente à pinha!

wind disse...

Boa actuação nessa sala linda:)
beijos

Anónimo disse...

Não esteve à pinha, mas esteve cheia de gente bonita um abraço aaaaaCachaço

Micas disse...

Acredito que foi um sucesso e como eu gostava de aí ter estado!
beijos

Anónimo disse...

Sr Perdigão,


Este fim de semana constatei um facto irremediável e sobre o qual não vejo qualquer alteração, nem vislumbre sequer.... das próximas gerações:

- vivemos num país de desleixados e ainda de feios, porcos e maus.

Várias vou ao Norte. Várias vezes vou ao sul. Várias vezes passo a fronteira até à Galiza, Sevilha, Madrid e Cáceres.

Excepto o que se mantém de paisagem natural, de paisagem agrícola e da herança ainda que modificada das plantações do nosso Rei Agricultor, em termos de paisagem humana, Portugal é todo um desleixo e uma feiura só!

Desafio quem se julgue competente e interessado a fazer este estudo, para que pelo menos tenhamos nºs concretos. Mas arrisco desde já que 9 em cada dez casos, a arquitectura urbana e rural são de uma desorganização e de um desleixo atroz.

Faz-se a casinha, cerca-se com um murito, põe-se um portão mas à volta desse cerco pretencioso o lixo permanece, os terrenos não são tratados, se possível e fora da vista da janelinha do quarto atira-se com o resto do entulho e de todos os materiais que sobraram das obras. Ah e, não sei se é por causa da preguiça ou mesmo do desleixo cultural enraizado, é rara a casa não construída à beira da estrada... melhor não há!. Acho mesmo que assim que tiver um bom punhado de euros de parte é mesmo um dos meus sonhos - construir uma vivendazinha, à beira da estrada! De preferência igual àquelas que vi na Casa Claudia e diferente de todas as de lá do bairro! Depois quero ver os invejosos a olharem para mim, ah pois!

Quanto à agricultura também se passa o mesmo paralelismo – se puder faz-se a horta mesmo ali ao pé da estrada e se compro 10m2 de terreno para quê preocupar-me e tratar dos 2 m2 para além do limite que declarei na Câmara. As ervas que lá crescem? As canas daquela ribeira, os fectos que já tapam os pinheiros ali ao fundo? Tou-me a borrifar...

Há uma aldeia a 8kms de Viseu que conheço muito bem e que sofre deste estigma. Algumas vezes tive oportunidade de deitar as minhas achas à fogueira num dos cafés principais onde se juntam ainda todos os machos do território e em que mulheres não entram... responderam logo – “Isso é que era bom”! E foi com tristeza que em 2006, acompanhei os fogos que se desenvolveram nessa zona e cujas casas ainda marcadas e da labaredas tive oportunidade de rever ...

Para quem não conhece a zona - conheço-a há cerca de 20 anos e haviam de ver a diferença e o quanto esta zona está devastada e o quanto aquelas serras estão despidas... e o quanto proliferam os fectos e o quanto já não há árvores de fruto, nem pomares, nem nada... só passaram 20 anos... e para o tempo, o tempo é infinito... 20 anos são dois segundos na rotação do universo.....

Quanto aos prédios ainda é mais lindo... construir, construir, construir... Cacém, encosta de S. Marcos, Massamá, Mercês, Amadora............ acessos? Vias de escoamento de trânsito? Canteiros? Jardins? Passeios e ladrilhos? Andar a pé? Uma colina ali no meio? Não faz mal. Bem acondicionada e planeada dá para 30 fogos e os que ficam com a janela para a frente do terreno baixa-se o preço e os que moram bem lá no cimo também, porque para virem a pé desde a estação de comboios, vai lá vai... Arranjos exteriores? Depósitos para recicláveis? Transportes? Faixas q.b. em todas as vias de acesso? Lugares para estacionamento? Centros de Saúde? Farmácias? Supermercados? Jardins? Para as crianças, pelo menos? Ou para os velhos? Curioso, mas agora reparo que torna-se cada vez mais díficil ir onde quer que seja a pé... obrigam-nos a ter carro...Uipiiiii.

Quanto à Galiza, há uma cidade deveras gostosa – Vigo! Desenvolvida e moderna. Com um dos principais portos da Europa. Com um movimento até dizer chega!!! Com um espaço urbano super ocupado. Mas é curiosa a forma como se desenvolveu – há uma rua que nem é das principais, mas na qual gosto muito de passear no verão – é uma avenida “clássica” – três faixas de trânsito para cada lado, com um separador para aí de 80/90 cms, não chega a ter um metro, onde aproveitaram para plantar árvores, depois os passeios, esses sim, bem largos, com espaço para as bancadas da fruta dos lojistas para a rua, com espaço para as esplanadas dos cafés, com espaço para bancos de jardim!, com espaço para laranjeiras!... imagine Sr Perdigão todo um passeio onde 5 em 5 metros tem uma laranjeira e um banco de jardim!. e claro depois os prédios, devidamente “recuados” dos espaços públicos, com as entradas e saídas precavidas, para cargas e descargas, entrada e saída de peões, ambulâncias... e por aqui me fico.

O mais idiota disto tudo é que em Santa Apolónia tive que apanhar um autocarro e depois de entrar cheirou-me mal.. olhei para o lado... indescrítivel.... Resolvi olhar para todos... muitos homens com barba por fazer, com cortes de cabelo mal amanhados, com cara de quem saiu da cama com as meias da véspera e assim se enfiou na roupa da semana... mulheres, algumas com cabelo oleoso e mais à frente entrou um grupo de putos com mochilas sujas, com a parte de trás das calças por baixo dos ténis também sujos, não sei se é para poupar as solas, com os cabelos sem corte e sem pente, mas aprumados de gel com uma franja sobre a testa que lado faz lembrar uma onda do mar... deve ser para dizerem que praticam surf, está na moda e é bem... Curioso mas agora reparo que anda muita gente com as calças por baixo das solas do calçado...

Sr Perdigão, o passado, o presente, o futuro... estamos longe? Isto vai mudar? Ou estamos condenados?!!! Diga-me o contrário – diga-me que onde mora é uma cidade feita à semelhança da cidade do Nody e que os polícias são gordos e barrigudos mas é por causa de um regulamento interno pois chegaram à conclusão que assim têm uma imagem mais afável e simpática para os cidadãos...

Sr Perdigão diga-me que é apenas pessimismo meu e demasiada exigência da minha parte... diga-me que a economia não cresce de modo fictício porque até estamos a apostar na produção interna e a desenvolver a indústria.

Diga-me que não, que não estamos a crescer nos hipermercados, no Colombo e no Visa, que estamos finalmente a começar a plantar o que comemos, que o Sócrates vai plantar mais um pinhal e que agora será em cada distrito de Portugal, que vamos ocupar os desempregados nos espaços verdes e dar-lhes cursos de ladrilhadores, cabeleireiros, costureiros... já ninguém constrói passeios? Nem sabem fazer bainhas às calças e anda-se a cortar mal o cabelo e os sapatos que exigiam engraxadores já quase não se vêem... Sr Perdigão diga-me que eu poderei ir ao Colombo a pé e terei um banquinho no passeio para me sentar quando as pernas forem velhas e cansadas e que não estarei cada vez mais dependente do petróleo ....

Sr Perdigão diga-me que hoje não chove e que ontem não nevou em Lisboa às 10h40, diga-me apenas isso que eu agradeço,

Naia Castro

Anónimo disse...

Se me é permitido, devo dizer que a dissertação feita aqui por N.C. está impregnada de pessimismo, mas é também uma pequena revelação do mundo real que hoje habitamos.
Fica a pergunta algo perturbante... E amanhã como é que vai ser?!...

Zé Lopes