16 outubro 2008

Eugénio e Lisboa


(foto minha)

Alguém diz com lentidão:

«Lisboa, sabes…»

Eu sei. É uma rapariga

descalça e leve,

um vento súbito e claro

nos cabelos,

algumas rugas finas

a espreitar-lhe os olhos,

a solidão aberta

nos lábios e nos dedos,

descendo degraus

e degraus

e degraus até ao rio.



Eu sei. E tu, sabias?


Eugénio de Andrade

7 comentários:

A CONCORRÊNCIA disse...

Lisboa é apenas e só a cidade mais linda do Mundo. É a minha cidade...

Beijos

Joana Correia disse...

Amo-te Lisboa virada ao Tejo

Dizem que um dia alguém cantou
Que por amores Lisboa se perdeu,
Por amores se perde quem lá voltou
Por amores se perde quem lá nasceu.

Dizem que um dia alguém contou
Que uma moira cativa no Tejo desceu
Por amor, Lisboa a moira libertou,
De amores por Lisboa a moira morreu.

Juntaram-se os telhados enfeitiçados
Apertadinhos os dois e entrelaçados
Num fado castiço numa rua de Alfama

E o Tejo, que é velho, beija a Cidade
Morre-se de amores em qualquer idade
Perde-se por Lisboa quem muito a ama!

(Rogério Martins Simões)

Micas disse...

Eu sei, e também sei que Lisboa tem uma Luz única, um manjar dos Deuses para qualquer fotógrafo. A tua fotografia é uma prova disso mesmo, liinda.
Beijinhos

Leticia Gabian disse...

E eu, que nem daí sou, já a conheço (em detalhes pelos olhos do meu Zé) e já a tenho no meu coração.
Lembro que me senti em casa, desde a primeira vez em que aí estive, pela semelhança que tem com a minha Salvador.
Lembro também de ter falado pra Zé sobre a luz de Lisboa, única, tanto de dia quanto de noite (como nos fala a Micas).

Beijo grande e saúde na alma

Maria disse...

Lisboa é menina e é Mulher!
É uma cidade bonita, sem dúvida...
A tua fotografia está fantástica!

Beijos

Carol disse...

Zé,

Ao ler este teu post, relembrei este poema ...

"No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

No terreiro eu passo por ti
Mas da graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar

Lisboa menina e moça, menina...."

Carlos do Carmo

Para todos uma beijoca grande

Carol disse...

Assim está completa ... ;)

No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

No terreiro eu passo por ti
Mas da graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

Lisboa no meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida


Ary dos Santos
Cantada por Carlos do Carmo ... e não só !!